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Entrámos numa nova fase de ensino à distância. Em casa, as crianças e adolescentes vão passar ainda mais horas a olhar para os monitores do computador ou do telemóvel, em aulas por videochamada ou em plataformas alternativas.

É fundamental, por isso, que os pais tenham atenção aos olhos dos seus filhos. A Síndrome Visual dos Computadores é uma situação séria e, se não for detetada a tempo, pode provocar consequências graves.

Síndrome Visual dos Computadores? O que é isso?

Um Relatório Europeu de Cansaço Visual, que foi realizado em 2016, detetou que cerca de 80% da Geração Y (aqueles que nasceram nos anos 90) sofre de sintomas de cansaço visual digital. Estes sintomas surgem com o uso de computadores, smartphones e outros dispositivos digitais. Ficou assim demonstrado que o uso prolongado do computador pode provocar um aumento da tensão nos olhos e afetar o desenvolvimento da visão, em especial para quem passa mais de duas horas por dia em frente a um monitor.

Está também demonstrado que o excesso de atividades de visão ao perto, como olhar para ecrãs, está ligada ao desenvolvimento de miopia. O aumento da pressão educativa e o estilo de vida tecnológico atual são propensos à evolução da doença.

Um exemplo concreto: as crianças que vivem em ambientes urbanos têm uma probabilidade 2,6 vezes maior de desenvolver miopia do que as crianças que vivem em zonas rurais – as quais passam mais tempo ao ar livre e menos a olhar para ecrãs.

Quais são os sintomas e as causas da Síndrome Visual dos Computadores?

Os sintomas da Síndrome Visual dos Computadores são diversos. Os mais frequentes são: dores de cabeça; olhos secos; cansaço e ardor nos olhos; visão turva ou dupla; olhos vermelhos e dor no pescoço e nos ombros.

O uso prolongado de computadores e smartphones são a principal causa. Esta situação acontece porque os nossos olhos reagem de forma diferente quando veem caracteres impressos numa folha ou mostrados num ecrã. No primeiro caso, os olhos focam facilmente os caracteres impressos de cor preta, com margens bem definidas e contrastadas. Mas quando os mesmos caracteres estão num ecrã ou monitor, não têm o mesmo nível de contraste e definição, o que dificulta a focagem.

Isto porque os caracteres em meios eletrónicos são gerados por combinações de pequenos pontos de luz (os píxeis), que são mais brilhantes no centro do que nas margens. Isso torna a focagem mais difícil e, instintivamente, os olhos procuram desviar a atenção para fora dos caracteres. Por isso, os nossos olhos têm de fazer um esforço maior quando olhamos para ecrãs digitais. A flexão constante dos músculos de focagem dos olhos cria a fadiga e o cansaço visual associados à Síndrome Visual dos Computadores.

Se a pessoa já tiver, previamente, outras condições de visão não corrigidas, como astigmatismo, presbiopia ou hipermetropia, a probabilidade de desenvolver Síndrome Visual dos Computadores aumenta, uma vez que tem de diminuir ou aumentar a abertura dos olhos para ver.

Como evitar a Síndrome Visual dos Computadores?

É recomendável uma consulta periódica com um oftalmologista para atenuar o risco de desenvolver Síndrome Visual dos Computadores. O especialista irá realizar testes para identificar problemas prévios de visão que possam agravar a situação e irá também aconselhá-lo sobre os procedimentos a ter em casa.

Pode começar pela regra 20-20-20: de 20 em 20 minutos, tire os olhos do computador e durante 20 segundos olhe para algo que esteja a 20 metros de distância. Vai ver que alivia o cansaço dos olhos.

Os pais devem combater a tendência de usar os tablets e telemóveis para silenciar crianças muito pequenas. Pelo contrário, devem incentivar as crianças e os jovens a adotar hábitos que reduzam o risco: promover intervalos, evitando longos períodos de visão ao perto, diminuir as atividades de visão ao perto desnecessárias e incentivar a atividade ao livre.

Na UOC – Unidade de Oftalmologia de Coimbra somos especialistas em tratar todas as patologias da visão, incluindo a Síndrome Visual dos Computadores.