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10 conselhos para os seus olhos sofrerem menos com as alergias da primavera

02.04.2021

Mulher espirra com alergias

A primavera é uma altura particularmente difícil para quem sofre com as alergias sazonais que afetam os olhos. Depois de invernos longos e húmidos, em especial, é certo que os pólenes da primavera vão andar à solta para incomodar o bem-estar dos olhos.

Milhões de portugueses alérgicos já sabem que o nariz vai estar entupido e com corrimento e que os seus olhos vão ficar vermelhos, cheios de comichão e com mais lágrimas do que o habitual. Embora a maior parte das pessoas associe a primavera à rinite alérgica, a conjuntivite alérgica surge quase sempre associada. “A esmagadora maioria dos doentes com rinite alérgica, quando estudados corretamente, apresenta também queixas oculares”, explica o Dr. João Gil, médico na UOC – Unidade de Oftalmologia de Coimbra.

Embora não seja uma doença que, à excepção de raros casos, deixe sequelas graves, é sem dúvida muito incomodativa e uma fonte importante de absentismo e despesas com consultas e medicamentos.

“Quando o corpo é exposto a alergénios - como os pólenes na primavera - esses alergénios ligam-se à imunoglobulina E (IgE) e ativam células chamadas mastócitos. Os mastócitos vão libertar grandes quantidades de histamina, uma substância que desencadeia sintomas quase imediatamente”, continua o Dr. João Gil. Essa reação inflamatória pode provocar vermelhidão, comichão intensa, lágrimas e inflamação nos olhos, além de corrimento nasal e comichão na garganta.

Esta altura do ano é sempre difícil para pessoas com alergias, e agora o medo da COVID-19 só veio piorar a situação. Na verdade, nos últimos meses têm surgido casos de doentes com coronavírus que se apresentaram como conjuntivite, parecidas com as dos doentes com alergia. Mas um especialista rapidamente distingue as duas situações. “Ao exame oftalmológico é muito fácil identificar uma conjuntivite alérgica. E os doentes com coronavírus vão ter outras queixas – como febre – para além da conjuntivite. Mas há tanta informação a circular que é natural que as pessoas se preocupem”, sublinha o Dr. João Gil.

Mesmo que lhe seja impossível limitar a sua exposição à fonte da alergia – pois os pólenes são muitos e estão em todo o lado – não é inevitável que os seus olhos sofram com a primavera. Há formas de minimizar o incómodo das alergias desta estação e de aliviar os sintomas.

 

Sugerimos-lhe 10 conselhos que pode seguir para minimizar o “sofrimento” das alergias de primavera:

1. Mesmo que a vontade de esfregar os olhos seja irresistível, é importante que não o faça: é a pior coisa para olhos com alergia. A simples fricção irritará os seus olhos e deixá-los-á ainda mais inflamados. Se o impulso de coçar for mesmo muito grande, “toque” apenas no canto dos olhos e não coce.

2. Mantenha as janelas fechadas, em casa e no carro, para que o pólen não entre. Especialmente de manhã cedo, quando as plantas libertam pólen, e durante a noite.

3. Os olhos são um ponto importante de contacto com os pólenes ambientais. Quando sair, use óculos escuros, ou outros, para os proteger.

4. Evite as lentes de contacto, que podem fazer piorar os sintomas, uma vez que provocam a acumulação de alergénios e maior contacto com os olhos. Se puder, use óculos por alguns dias ou reduza o número de horas de lentes.

5. Tire o casaco, chapéu e sapatos assim que entrar em casa, para evitar levar os pólenes para as divisões interiores. Se puder, evite pôr a roupa a secar ao ar livre, para não agarrar pólenes. Os animais de estimação também trazem com eles muitos alergénios do exterior.

6. Tome um banho antes de dormir, para remover o pólen da pele e do cabelo. Almofadas resistentes a alergénios também podem ser uma boa ajuda para uma noite descansada.

7. Conheça o “inimigo”. Doentes com alergias severas devem consultar um imuno-alergologista que pode identificar que alergénios específicos estão a causar problemas. E tenha atenção aos níveis de pólenes: o site da RPA - Rede Portuguesa de Aerobiologia é muito útil para o informar da situação todos os dias, nas várias regiões do país.

8. Lágrimas artificiais são a primeira linha de tratamento. Reforçam a barreira de proteção dos olhos, limpam os alergénios já presentes na superfície e aliviam os sintomas.

9. Os anti-histamínicos orais de venda livre são muito usados no tratamento de alergias. Mas mesmo as formulações de nova geração diminuem o volume do filme lacrimal e podem aumentar as queixas de secura e irritação ocular. Como alerta o Dr. João Gil, “os anti-histamínicos orais podem ser úteis, mas nesses casos é importante não descurar a lubrificação ocular”.

10. Não atrase o início do tratamento. Como diz o Dr. João Gil, “muitos medicamentos funcionam melhor para prevenir do que para tratar sintomas. Uma abordagem proativa, em vez de reativa, é o ideal na maioria dos casos. Os doentes vão acabar por ter menos queixas e tomar menos medicamentos”.

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